ABANDONO AFETIVO GERA DANOS MORAIS
Stivel Carvalho • 7 de julho de 2022

Os danos morais deverão ser pagos por aquele que abandonou em favor dos filhos abandonados.




Amar é uma possibilidade; cuidar é uma obrigação civil. Nesse sentido, a lei brasileira é clara sobre as obrigações que todo pai possui para com seus filhos.


Todo pai possui não apenas o dever de sustento, mas também o dever de cuidado. Logo, é necessário contribuir ativamente para o desenvolvimento emocional e psiquico dos filhos, beem como contribuir com a educação dos mesmos.


Infelizmente, muitos são os pais que abandonam seus filhos e vivem como se não tivessem obrigação nenhuma para com eles. Nesses casos, é imprescindível que a justiça seja acionada, em razão do abandono afetivo.


Veja-se o que decidiu o nosso Superior Tribunal de Justiça: 


“o dever jurídico de exercer a parentalidade de modo responsável compreende a obrigação de conferir ao filho uma firme referência parental, de modo a propiciar o seu adequado desenvolvimento mental, psíquico e de personalidade, sempre como vistas a não apenas observar, mas efetivamente concretizar os princípios do melhor interesse da criança e do adolescente e da dignidade da pessoa humana, de modo que, se de sua inobservância resultaram traumas, lesões ou prejuízos perceptíveis na criança ou adolescente, não haverá óbice para que os pais sejam condenados a reparar os danos experimentos pelo filho


(REsp n. 1.887.697/RJ, relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 21/9/2021, DJe de 23/9/2021).


Portanto, a mãe ou o responsável pelo menor possui o dever de protocolar a ação de abandono afetivo contra o pai. Trata-se, pois, de uma atitude que demonstra o zelo e o cuidado por parte do responsável, ao se buscar na justiça os direitos dessa criança ou adolescente.


Além disso, não se pode premiar a irresponsabilidade e deixar que o pai irresponsável permaneça impune.


As condenações por abandono afetivo na justiça brasileira giram em torno de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Nesse sentido, observe-se abaixo uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, em que a Corte Superior elevou uma condenação de 3 mil reais para 30 mil reais, entendendo ser este o valor justo para os casos de abandono afetivo:



CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. ABANDONO AFETIVO. REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS. PEDIDO JURIDICAMENTE POSSÍVEL. APLICAÇÃO DAS REGRAS DE RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES FAMILIARES. [...]


[...] Sentença restabelecida quanto ao dever de indenizar, mas com majoração do valor da condenação fixado inicialmente com extrema modicidade (R$ 3.000,00), de modo que, em respeito à capacidade econômica do ofensor, à gravidade dos danos e à natureza pedagógica da reparação, arbitra-se a reparação em R$ 30.000,00. [...]


(STJ - REsp: 1887697 RJ 2019/0290679-8, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 21/09/2021, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 23/09/2021)


Perceba que nem a justiça está deixando barato a irresponsabilidade dos pais que abandonam afetivamente os seus filhos. Logo, não existe motivo para que você, na qualidade de representante legal do(s) menor(res) deixe de buscar os direitos deles.


Se você está enfrentando esse problema, nosso escritório pode lhe ajudar. Somos especialistas no assunto. Entre em contato e fale conosco.


Partilha de Bens no Brasil em Casos de Divórcio no Exterior: Decisões Recentes do STJ
Por Stivel Carvalho 12 de junho de 2024
Descubra as recentes decisões do STJ sobre a partilha de bens no Brasil em casos de divórcio no exterior. Entenda a competência exclusiva da justiça brasileira e as condições para homologação de sentenças estrangeiras.
COMO A JUSTIÇA BRASILEIRA TRATA A PARTILHA DE BENS NO EXTERIOR
Por Stivel Carvalho 12 de junho de 2024
A Globalização e seus Impactos na Partilha de Bens A globalização e a crescente mobilidade internacional transformaram a realidade de muitas famílias brasileiras. Com frequência cada vez maior, brasileiros se mudam para o exterior por motivos profissionais, educacionais ou pessoais, levando consigo suas famílias ou formando novas em outros países. Essa mudança de cenário traz desafios inéditos para o direito de família, principalmente quando se trata da partilha de bens situados no exterior em casos de divórcio. Desafios Jurídicos na Partilha de Bens Internacionais Os desafios são diversos e complexos. Dividir bens acumulados em diferentes jurisdições exige uma compreensão profunda das legislações locais e uma eficiente cooperação entre sistemas judiciais distintos. A justiça brasileira precisa garantir uma divisão justa e equitativa dos bens adquiridos durante o casamento, independentemente de onde esses bens estejam localizados. Isso coloca o Judiciário em situações muitas vezes inovadoras e desafiadoras. Jurisprudência Brasileira: Incluindo Bens Internacionais na Partilha O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem se posicionado a favor da inclusão de bens situados no exterior na partilha de patrimônio conjugal. Esse entendimento mostra que a justiça brasileira está atenta às novas realidades globais e busca soluções justas para esses casos complexos. A decisão no Recurso Especial 1912255/SP é um marco importante, pois reafirma a competência da jurisdição brasileira para incluir bens no exterior na partilha de divórcios. Analisando o REsp 1912255/SP O artigo 23, III, do Código de Processo Civil (CPC) de 2015 estabelece que a jurisdição brasileira é a única competente para processar partilhas de bens situados no Brasil. No entanto, o STJ esclareceu que essa norma não impede a inclusão de bens no exterior na partilha de patrimônio conjugal. A Corte destacou que a eventual impossibilidade de execução da sentença brasileira em território estrangeiro é uma questão hipotética e futura, que pode ser contornada por meio de compensação de valores ou readequação de bens. Precedentes que Apoiam a Partilha de Bens no Exterior O julgamento do REsp 1912255/SP não foi o primeiro a abordar a partilha de bens no exterior. Em 2016, no Recurso Especial 1552913/RJ , o STJ já havia afirmado a competência da jurisdição brasileira para dispor sobre bens situados no exterior, mesmo que a execução da sentença nesses países seja um desafio. Esses precedentes reforçam a posição de que a justiça brasileira deve assegurar uma partilha justa, considerando todo o patrimônio do casal. Procedimentos Práticos para a Partilha de Bens no Exterior Avaliação Idônea e Conversão para Real: Um dos principais desafios na partilha de bens no exterior é garantir uma avaliação justa e precisa desses bens, convertendo seu valor para a moeda brasileira, o Real. Profissionais qualificados e independentes devem realizar essas avaliações, considerando o mercado imobiliário e financeiro local. A conversão deve ser feita com base na taxa de câmbio oficial, assegurando precisão e justiça na partilha. Homologação de Sentenças no Exterior: Para que uma decisão brasileira seja executada no exterior, é necessária a homologação da sentença estrangeira. Esse processo envolve traduzir a sentença e cumprir os requisitos legais do país onde os bens estão localizados. A cooperação jurídica internacional, facilitada por tratados e acordos, é fundamental nesse contexto, garantindo que as sentenças sejam reconhecidas e executadas de forma eficiente. Compensação de Valores e Readequação de Bens: Quando a execução de uma sentença no exterior não é viável, a compensação de valores ou a readequação dos bens partilhados são soluções práticas. O STJ destaca que a justiça pode contornar a impossibilidade de execução no exterior compensando os bens por outros de valor equivalente situados no Brasil. Isso assegura uma partilha justa e equitativa, adaptando-se às complexidades das relações patrimoniais modernas. A Importância de Contratar um Advogado Especialista em Direito de Família Internacional Contratar um advogado especialista em direito de família internacional é essencial para evitar prejuízos financeiros significativos. Questões como a partilha de bens em diferentes jurisdições, pensões alimentícias transnacionais e disputas sobre guarda de filhos podem se tornar extremamente complexas sem a orientação adequada. Um advogado com experiência no ramo pode navegar pelos intricados labirintos legais de múltiplas jurisdições, garantindo que os direitos de seus clientes sejam protegidos e que as decisões judiciais sejam executadas de maneira eficaz. A escolha de um advogado sem a especialização necessária pode resultar em decisões desfavoráveis e, consequentemente, em perdas financeiras consideráveis. A legislação varia amplamente entre os países, e uma falta de compreensão das nuances legais específicas pode levar a erros na avaliação de bens, na aplicação de leis locais e na execução de sentenças estrangeiras. Além disso, o desconhecimento sobre acordos internacionais e tratados que facilitam a cooperação jurídica entre países pode resultar em um processo mais demorado e custoso. Um especialista em direito de família internacional estará preparado nesses aspectos e poderá assegurar que todas as ações legais sejam conduzidas de forma eficiente e precisa. O escritó rio Lady Viana Advogados é um a referência nacional quando se trata de direito de família internacional . 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Por Stivel Carvalho 13 de fevereiro de 2023
Entendendo os documentos e passos necessários para o divórcio no Brasil
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