CUIDADO COM A PARTILHA DE BENS NO SEU DIVÓRCIO
Stivel Carvalho • 7 de julho de 2022

Preste bastante atenção no momento de dividir o patrimônio do casal, para que sua dor de cabeça com a separação não seja ainda maior.





Na complexa e muitas vezes emocionalmente carregada questão do divórcio, a partilha de bens pode ser uma fonte significativa de conflito e confusão. Infelizmente, mesmo em cenários onde o divórcio parece consensual, há um número considerável de casos onde uma das partes pode se sentir injustiçada, ou até mesmo ser vítima de artimanhas que resultam em uma distribuição desigual dos bens comuns. Tal situação é surpreendentemente comum, tornando-se crucial um olhar atento e cauteloso para as nuances envolvidas nesse processo.


Esse artigo visa abordar os cuidados necessários na partilha de bens durante um processo de divórcio para garantir que nenhuma das partes seja enganada ou saia em prejuízo. Abordaremos situações e condutas que exigem atenção redobrada, com o objetivo de orientar os envolvidos sobre como proceder de maneira justa e equitativa, e assim, evitar potenciais prejuízos financeiros e emocionais.


Na sequência do texto, detalharemos as principais armadilhas a serem evitadas, bem como dicas de como identificar comportamentos suspeitos e o que fazer nesses casos. Com a informação correta e a orientação adequada, é possível navegar por este delicado processo com mais segurança, garantindo que os direitos de todos sejam devidamente respeitados e protegidos. Por mais desafiador que seja, é essencial lembrar que um divórcio justo e equânime é possível e deve ser sempre o objetivo a ser alcançado.
























Ninguém se casa pensando no divórcio. Porém, por uma série de fatores, é inegável que para muitos, divorciar-se é a melhor saída na vida do casal.


Quando o relacionamento chega nesse estágio, o ideal é não olhar para trás. É preciso seguir firme, escutando a voz da razão e silenciando a voz da emoção.


Ocorre que nessa hora, muitos tentam insistir num relacionamento que, no fundo, sabem que já acabou faz tempo.


Esse prolongamento indevido é a raiz de muitos males, como brigas e discussões mais afloradas, muitas vezes seguidas de agressões verbais e físicas. Além disso, é aqui que muitos tentam ocultar o patrimônio sorrateiramente.


Então, se você está passando por isso nesse momento, tome uma decisão racional e não emocional. Em seguida, siga firme e faça o que precisa ser feito.


Nesse post vamos falar sobre os cuidados que você precisa tomar em relação à partilha de bens, no momento do seu divórcio.


ACORDOS PODEM SER UMA ARMADILHA


Sem dúvidas, a melhor forma de solucionar uma partilha de bens é por meio de um acordo entre o ex-casal, porém, não é por causa disso que você deve aceitar qualquer proposta.


É muito comum que alguém tente levar vantagem nessa hora, pressionando, ainda que sutilmente, para que você assine o acordo.


Utilizam de argumentos persuasivos, aproveitando-se de seu estado emocional, para convencer você de que essa é a melhor escolha.


Além disso, é preciso ter cuidado com algumas cláusulas maliciosas que podem ser colocadas no documento.


Pois, depois que você assina o acordo sobre a partilha de bens, modificá-lo nem sempre será possível, e quando for, ainda sim não será fácil.


BENS EM NOME DE TERCEIROS PODEM SER PARTILHADOS


É isso mesmo. É muito comum que algumas pessoas coloquem bens em nome de terceiros, seja para fraudar o divórcio ou por outros motivos.


Quando chega o momento do divórcio, você escuta que esses bens não vão ser partilhados, pois estão em nome de outras pessoas.


Às vezes, até mesmo advogados dizem isso para você.


A verdade é que, embora os bens em nome de terceiros não possam ser partilhados no mesmo processo de divórcio, os mesmos podem fazer parte de uma outra ação judicial, buscando a sua partilha.


Logo, como dito acima, eles podem ser partilhados.


Porém, por não ser um procedimento judicial simples, é necessário que o profissional que irá cuidar do seu divórcio tenha habilidade para conseguir comprovar a propriedade desse bem.


NEM TODOS OS BENS SERÃO DIVIDIDOS


Independentemente de qual seja o seu regime de bens, é possível que nem todo o patrimônio do casal seja partilhado, pois todos os regimes possuem suas exceções.


Ou seja, mesmo que o seu casamento seja pelo regime da comunhão universal de bens, pode ser que nem tudo venha a ser dividido no divórcio.


Na comunhão parcial, por exemplo, que é o regime legal no Brasil, bens recebidos em doação ou herança não são partilhados.


BENS FINANCIADOS POSSUEM REGRAS ESPECÍFICAS


É muito comum a aquisição de bens financiados nos dias de hoje.


Perceba que esses bens somente passam a fazer parte do patrimônio das partes, após a devida quitação do financiamento.


Antes disso, eles pertencem ao banco, enquanto que vocês possuem direitos sobre ele. Pois bem, esses direitos devem ser devidamente quantificados e somente depois serão partilhados.


Porém, existem outras questões que precisam ser resolvidas, como a responsabilidade pelas parcelas seguintes, por exemplo.


Então é preciso ter atenção em relação a esses bens e direitos.


AS DÍVIDAS TAMBÉM SÃO PARTILHADAS, MAS NÃO SÃO TODAS


Quando se está partilhando os bens, muitas vezes as dívidas do casal são deixadas de lado. Há uma preocupação tão grande em dividir o patrimônio, que se esquecem de olhar para o passivo.


Como consequência, é possível que alguma das partes pague sozinha pela dívida que é de ambos, pois estava somente em seu nome.


De modo contrário, também é comum que tente-se “empurrar” todas as dívidas nesse momento, com a intenção de que o valor a ser dividido seja diluído pelos débitos.


Isso é um erro, pois não são todas as dívidas que devem ser partilhadas.


Logo, nem se pode esquecer de incluir as dívidas, bem como não se pode incluir todas elas.


Somente devem ser partilhadas aquelas que comprovadamente foram contraídas em prol da família.


Essa exigência, por sua vez, demanda habilidade do profissional que vai acompanhar seu caso, seja para incluir ou para retirar determinadas dívidas, fazendo isso com as provas e os meios adequados.


O BARATO PODE SAIR CARO


Se você leu até aqui, com certeza percebeu que fazer a partilha de bens não é algo tão simples, pois existem uma série de detalhes que devem ser observados com muita atenção.


Um simples erro pode gerar um prejuízo financeiro enorme. Isso sem contar o dano emocional que pode causar em você.


Então, tenha muito critério no momento da escolha do seu advogado.


O TEMPO PODE SER SEU INIMIGO


Se você está passando por essa situação, não espere muito para tomar uma atitude.


Enquanto você espera, o patrimônio do casal pode estar sendo ocultado (é mais comum do que você imagina), bem como podem estar sendo produzidas provas em seu desfavor, ou mesmo destruídas em seu prejuízo.


Não pague para ver o quanto o dinheiro mexe com a cabeça das pessoas.


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A Globalização e seus Impactos na Partilha de Bens A globalização e a crescente mobilidade internacional transformaram a realidade de muitas famílias brasileiras. Com frequência cada vez maior, brasileiros se mudam para o exterior por motivos profissionais, educacionais ou pessoais, levando consigo suas famílias ou formando novas em outros países. Essa mudança de cenário traz desafios inéditos para o direito de família, principalmente quando se trata da partilha de bens situados no exterior em casos de divórcio. Desafios Jurídicos na Partilha de Bens Internacionais Os desafios são diversos e complexos. Dividir bens acumulados em diferentes jurisdições exige uma compreensão profunda das legislações locais e uma eficiente cooperação entre sistemas judiciais distintos. A justiça brasileira precisa garantir uma divisão justa e equitativa dos bens adquiridos durante o casamento, independentemente de onde esses bens estejam localizados. Isso coloca o Judiciário em situações muitas vezes inovadoras e desafiadoras. Jurisprudência Brasileira: Incluindo Bens Internacionais na Partilha O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem se posicionado a favor da inclusão de bens situados no exterior na partilha de patrimônio conjugal. Esse entendimento mostra que a justiça brasileira está atenta às novas realidades globais e busca soluções justas para esses casos complexos. A decisão no Recurso Especial 1912255/SP é um marco importante, pois reafirma a competência da jurisdição brasileira para incluir bens no exterior na partilha de divórcios. Analisando o REsp 1912255/SP O artigo 23, III, do Código de Processo Civil (CPC) de 2015 estabelece que a jurisdição brasileira é a única competente para processar partilhas de bens situados no Brasil. No entanto, o STJ esclareceu que essa norma não impede a inclusão de bens no exterior na partilha de patrimônio conjugal. A Corte destacou que a eventual impossibilidade de execução da sentença brasileira em território estrangeiro é uma questão hipotética e futura, que pode ser contornada por meio de compensação de valores ou readequação de bens. Precedentes que Apoiam a Partilha de Bens no Exterior O julgamento do REsp 1912255/SP não foi o primeiro a abordar a partilha de bens no exterior. Em 2016, no Recurso Especial 1552913/RJ , o STJ já havia afirmado a competência da jurisdição brasileira para dispor sobre bens situados no exterior, mesmo que a execução da sentença nesses países seja um desafio. Esses precedentes reforçam a posição de que a justiça brasileira deve assegurar uma partilha justa, considerando todo o patrimônio do casal. Procedimentos Práticos para a Partilha de Bens no Exterior Avaliação Idônea e Conversão para Real: Um dos principais desafios na partilha de bens no exterior é garantir uma avaliação justa e precisa desses bens, convertendo seu valor para a moeda brasileira, o Real. Profissionais qualificados e independentes devem realizar essas avaliações, considerando o mercado imobiliário e financeiro local. A conversão deve ser feita com base na taxa de câmbio oficial, assegurando precisão e justiça na partilha. Homologação de Sentenças no Exterior: Para que uma decisão brasileira seja executada no exterior, é necessária a homologação da sentença estrangeira. Esse processo envolve traduzir a sentença e cumprir os requisitos legais do país onde os bens estão localizados. A cooperação jurídica internacional, facilitada por tratados e acordos, é fundamental nesse contexto, garantindo que as sentenças sejam reconhecidas e executadas de forma eficiente. Compensação de Valores e Readequação de Bens: Quando a execução de uma sentença no exterior não é viável, a compensação de valores ou a readequação dos bens partilhados são soluções práticas. O STJ destaca que a justiça pode contornar a impossibilidade de execução no exterior compensando os bens por outros de valor equivalente situados no Brasil. Isso assegura uma partilha justa e equitativa, adaptando-se às complexidades das relações patrimoniais modernas. A Importância de Contratar um Advogado Especialista em Direito de Família Internacional Contratar um advogado especialista em direito de família internacional é essencial para evitar prejuízos financeiros significativos. Questões como a partilha de bens em diferentes jurisdições, pensões alimentícias transnacionais e disputas sobre guarda de filhos podem se tornar extremamente complexas sem a orientação adequada. Um advogado com experiência no ramo pode navegar pelos intricados labirintos legais de múltiplas jurisdições, garantindo que os direitos de seus clientes sejam protegidos e que as decisões judiciais sejam executadas de maneira eficaz. A escolha de um advogado sem a especialização necessária pode resultar em decisões desfavoráveis e, consequentemente, em perdas financeiras consideráveis. A legislação varia amplamente entre os países, e uma falta de compreensão das nuances legais específicas pode levar a erros na avaliação de bens, na aplicação de leis locais e na execução de sentenças estrangeiras. Além disso, o desconhecimento sobre acordos internacionais e tratados que facilitam a cooperação jurídica entre países pode resultar em um processo mais demorado e custoso. Um especialista em direito de família internacional estará preparado nesses aspectos e poderá assegurar que todas as ações legais sejam conduzidas de forma eficiente e precisa. O escritó rio Lady Viana Advogados é um a referência nacional quando se trata de direito de família internacional . Com uma vasta experiência acumulada ao longo dos anos, a equipe de Lady Viana tem se destacado no cenário jurídico brasileiro e internacional, atendendo clientes em mais de 20 países ao redor do mundo. A expertise do escritório não se limita apenas ao conhecimento teórico; a prática constante em casos complexos de direito de família internacional permite que seus advogados ofereçam soluções práticas e eficazes, adaptadas às necessidades específicas de cada cliente. Esse nível de especialização é crucial para garantir que os clientes recebam uma representação legal de alto nível, minimizando riscos e evitando prejuízos financeiros. Os clientes do Lady Viana Advogados se ben eficiam de uma abordagem personalizada e estratégica, onde cada caso é tratado com a devida atenção e competência. A experiência do escritório em lidar com jurisdições diversas e a habilidade em negociar e mediar em contextos internacionais asseguram que os interesses dos clientes sejam sempre prioritários. Além disso, a rede de contatos e parcerias internacionais do escritório facilita a resolução de disputas legais em diferentes países, tornando o processo mais ágil e menos oneroso para os clientes. Em um cenário onde erros podem custar caro, contar com a experiência e a reputação de um escritório como o Lady Viana Advogados é um investimento que oferece segurança e tranquilidade, garantindo que todos os aspectos legais e financeiros sejam cuidadosamente gerenciados. Se estiver precisando de orientação jurídica em casos como esse, clique no botão abaixo e entre em contato conosco .
Por Stivel Carvalho 13 de fevereiro de 2023
Entendendo os documentos e passos necessários para o divórcio no Brasil
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